Aprenda cinco técnicas para combater o estresse

Aprenda cinco técnicas para combater o estresse

Crise no país agrava sintomas, que podem levar à ansiedade ou depressão. O DIA ouve especialistas e aponta formas de reduzir o problema

O DIA – Rio

Inflação, desemprego, violência… O cenário atual o brasileiro já sabe de cor. Uma pesquisa feita pela Med-Rio Check-up, porém, revela que esses fatores podem afetar não apenas o bolso, mas o bem-estar da população, cada vez mais estressada e ansiosa. O levantamento, feito com base em mais de 100 mil exames realizados ao longo dos últimos 25 anos, aponta que 70% dos pacientes convivem com altos níveis de estresse. Também cresceu em 30% o percentual de deprimidos no primeiro semestre de 2015, em relação ao mesmo período de 2014. Já o quadro de ansiedade foi detectado em 32% das pessoas examinadas. No ano passado eram 20%.

Como lidar com as pressões do dia a dia? Primeiramente, é preciso entender que o estresse é uma reação fisiológica, que mexe com o sistema nervoso central, e acontece quando estamos diante de situações de perigo ou em que não nos sentimos confortáveis. É uma resposta do nosso corpo, que se prepara para reagir a uma luta — as pupilas dilatam, o sangue vai para os músculos, ficamos preparados para lutar ou fugir. O problema é que as situações de estresse hoje não envolvem mais campos de batalha. Podem ser pressões no trabalho, problemas de relacionamento, doença na família, vestibular… Causas que não requerem embate, mas com as quais temos que aprender a conviver. Por essa razão, O DIA ouviu especialistas e reuniu cinco maneiras para combater o estresse e ajudar lidar com as situações adversas.

Estresse é uma reação fisiológica, que mexe com o sistema nervoso central,
e acontece quando estamos diante de situações de perigo ou em que não nos sentimos confortáveis

Segundo Gilberto Ururahy, diretor médico do Med-Rio Check Up e coautor, junto com o médico Éric Albert, do livro ‘Emoções e Saúde – um novo olhar sobre a prevenção’, lançado na última quinta-feira, no Rio, as mudanças do mundo atual são tão fortes que exigem uma adaptação permanente. “Como a frequência das mudanças é muito rápida, o indivíduo é obrigado a mudar o tempo todo, o que gera muito estresse”, explica. Ele alerta para a importância de realizar exames médicos. “É preciso se prevenir de todas as possíveis doenças que o estresse pode desencadear, Isso é feito através de check ups completos e profundos. Quanto mais precoce um diagnóstico, melhor a possibilidade de cura”, conclui. O livro também tem a proposta deajudar as pessoas a enfrentar, com menos trauma possível para a saúde, o momento de crise no país.

Para a mestre em Psicologia Social Fátima Antunes, da Uniabeu, além das situações externas, o estresse pode ser acarretado por fatores internos. “O próprio pensamento écapaz de criar uma situação adversa. Se você se concentra em ideias negativas, pode adoecer sem nem ter passado por nada, de fato”, explica. Mudar a maneira de pensar, portanto, se torna fundamental para a saúde mental. “As pessoas mais estressadas são as que, em geral, se dedicam a uma única atividade. É preciso diversificar seus interesses e guardar pelo menos um momento para si, com alguma atividade que lhe dê prazer, durante a semana”, explica.

SÓ COISAS BOAS NA MENTE

A assistente social Maria de Lourdes Bráz Vieira, de 50 anos, trabalha há 24 no Centro Dia Santa Ana, na Cidade de Deus, e diz que a meditação pela pranaterapia foi fundamental não apenas para ela, mas para os idosos que frequentam a casa.

“A correria da rotina diária é bastante estressante mas, através da meditação, do pensamento positivo, você ouve coisas boas e mentaliza coisas boas para o universo. E isso se reverte para você. Assim, tenho maior controle sobre minhas emoções e fica mais fácil encontrar soluções para os eventuais problemas.”

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1. MEDITAÇÃO

Usada na pranaterapia, técnica de cura energética que se concentra na saúde mental. Com a meditação guiada, a energia do ambiente é canalizada para o ‘corpo energético’. “Quando chega alguém brigando, irritado, é muito fácil se contaminar com essa carga negativa. Meditar desobstrui os pontos de energia (chacras) para receber uma energia pura, do sol, da terra, dos alimentos”, conta Tita Cavalcanti, pranaterapeuta licenciada pelo Institute For Inner Studies Inc.

2. RELAXAMENTO

No livro ‘Relaxamento: Uma proposta Aplicada à Qualidade de Vida’, a psicóloga Mônica Portella, do Instituto Internacional de Psicologia Positiva, aborda a importância das estratégias de relaxamento, tanto para o trabalho em psicoterapia, quanto para ajudar qualquer pessoa a se reequilibrar, administrando o estresse e obtendo maior bem estar. Uma dica importante, afirma ela, é aprender a respirar corretamente.

3. ACUPUNTURA

Segundo o presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura, Dirceu de Lavor Sales, o cérebro possui substâncias que ajudam a recuperar os neurônios, comprometidos por causa do estresse. “A acupuntura (técnica que introduz agulhas no corpo) age como analgésico, relaxante muscular, melhora a imunidade e química do cérebro. Seja para curar uma rinite ou ajudar com a ansiedade e o estresse”, explica.

4. HIPNOSE

Pós-graduada em Hipnose Clínica, a psicóloga Miriam Pontes de Farias conta que em seu consultório as principais reclamações dos pacientes são ligadas ao estresse. “A hipnose é uma técnica personalizada e focal. De acordo com a história de vida de cada paciente, aplica-se a técnica mais adequada, seja para tratar ansiedade, estresse ou depressão. É uma terapia breve, focada no problema que a pessoa quer resolver’, explica.

5. REFLEXOLOGIA

O pé é o órgão do corpo onde acabam todas as terminações nervosas. A reflexologia é uma alternativa de massagem que estimula e relaxa o ponto do organismo, sejam os ombros, a coluna ou o pescoço. “Quando a gente estimula esses pontos, a pessoa deixa ali todas as tensões. A técnica melhora a circulação e as pessoas a lidarem com as tensões, refletidas em tensões musculares”, explica Luciana Damascena, podóloga do Espaço dos Pés.

  • Reportagem da estagiária Marina Brandão
  • Foto: Bruno Liberati /Extraídas do livro ‘Emoções e Saúde’

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