Está na cara que é mentira!

A verdade sobre as mentiras que crianças e adolescentes contam. Em cada idade, você deve agir de uma maneira para corrigir esse comportamento

Suzana Lakatos

Quem já viveu o constrangimento de ver o filho fazer caretas de desagrado diante de um presente sem graça pode imaginar o que seria a vida em sociedade se todos fossem sinceros o tempo inteiro… Um inferno! Nessas horas, o bom senso manda chamar a atenção da criança e mostrar que, às vezes, a verdade causa mágoas desnecessárias. “Não se trata de fazer apologia da dissimulação, mas a mentira social é importante nas relações e ajuda a proteger nossa auto-imagem e a das demais pessoas”, explica a psicóloga Mônica Portella, professora da PUC-RJ e autora do livro COMO IDENTIFICAR A MENTIRA (ED. QUALITYMARK). Mas, se em situações específicas essa virtude torta representa um progresso no desenvolvimento da sociabilidade, o uso dela fora desses contextos está longe de trazer benefícios. Ele mina a confiança nos relacionamentos, pode acarretar prejuízos para outras pessoas e alimentar o sentimento de impunidade diante de comportamentos irresponsáveis e pouco éticos. O desafio dos pais é reconhecer essas situações e calibrar as reações, evitando que os filhos caiam tanto no extremo da inconveniência quanto no da “pinoquice”.

A maioria das mães sabe quando o filho está mentindo. E não é só intuição. “Inconscientemente, quem mente emite sinais não-verbais da mentira, os quais são captados pelo interlocutor”, diz a psicóloga Mônica Portella, que ensina a identificar as escorregadas mais comuns.

O CHORO de manha não tem lágrimas e acaba de repente, assim que o bebê consegue aquilo que quer. O choro verdadeiro só se acalma aos poucos.

AO MENTIR, a criança pequena leva a mão à boca, como se quisesse esconder as palavras. Em adolescentes e adultos, esse reflexo pode aparecer como uma coçadinha na região dos lábios.

PAUSAS LONGAS e freqüentes e o recurso de repetir a pergunta antes de responder indicam que a pessoa precisa pensar e elaborar melhor o que vai dizer.

SORRISOS que somem com rapidez, em que os olhos não se contraem ou que deixam os lábios em posição assimétrica são suspeitos.

QUEM MENTE gesticula pouco ou faz gestos que não combinam com as palavras – por exemplo, a criança diz que já fez a lição apontando para a frente e não para trás, como seria natural para falar de uma ação passada.

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