Mudanças profissionais devem ser planejadas com metas específicas

Estabelecer objetivos específicos e dentro da realidade ajuda trabalhadores a se manter motivados ao longo do ano

Se o mundo não acabar na próxima sexta, que planos você colocará em prática em 2013? Estabelecer metas não só no plano pessoal, mas também no profissional, destacam especialistas, é um importante motor para se manter motivado. Para trilhar os rumos de suas carreiras, continuam consultores, o profissional deve fazer uma análise de sua trajetória e, também, olhar para fora, para saber como está sendo visto por sua empresa, chefe e colegas.

— Os brasileiros, por questões culturais, costumam seguir mais a filosofia de “deixar a vida me levar”. O problema é que, assim, podem acabar levados para uma direção que não querem — afirma Mônica Portella, psicóloga do Psi+ Consultoria e Educação. — Ter feedback dos outros sobre sua atuação é importante para saber o que e como melhorar.

Um elemento costuma atrapalhar o cumprimento dos planos: o imediatismo.

— Uma carreira é construída passo a passo, por isso é importante saber esperar. Só que nem todos conseguem, principalmente os jovens da geração Y — diz a coach Waleska Farias.

Faça o teste e veja o que a empresa pensa de você

Para provocar profissionais a repensarem suas atitudes e definirem metas para 2013, o Boa Chance publica um teste, elaborado pelos consultores William Douglas e Rubens Teixeira.

Para que as metas sejam cumpridas, a psicóloga Mônica Portella sugere o método “Smart” (esperto, em inglês), na qual “s” corresponde a “específico”; “m” a “mensurável”, “a” a “atraente”, “r” a realista e “t” a “temporal”:

— Os objetivos devem ser específicos, com possibilidade de serem medidos, atrair e motivar quem os está traçando, não devem ser pouco ou muito ambiciosos e precisam ter prazo para serem cumpridos.

Jovem não esperou 6 meses

Quando se elabora um plano de carreira, por exemplo, o tempo ideal para colocá-lo em prática, de acordo com a psicóloga, é ao menos um ano:

— Um ano é um tempo razoável para alcançar um objetivo ou fazer as mudanças necessárias para atingi-lo.

A geração Y, conhecida por sua sede de novidades, costuma sofrer as consequências desse comportamento.

— Sei de uma profissional que não aguentou seis meses solicitados por sua nova gestora e pediu demissão — conta Waleska Reis. — O imediatismo pode dificultar a trajetória.

O que também pode atrapalhar é a falta de percepção sobre o olhar dos outros.

— Um profissional é avaliado 50% por seu talento e competência e 50% pela forma como é visto. É preciso saber se está atendendo às expectativas dos outros, seja da empresa ou do chefe, para traçar metas a partir daí — Waleska.

— A base do plano de ação pode ser o autoconhecimento, além das contribuições e feedbacks do líder e de seus pares — completa Ylana Miller, sócia-diretora da Yluminarh.

William Douglas, criador do questionário e autor, ao lado de Rubens Teixeira, de “As 25 leis bíblicas do sucesso”, acha que falta aos profissionais a disciplina para se avaliar.

— As pessoas só costumam refletir após um episódio em que se sintam injustiçadas, como uma demissão — acredita Douglas. — Mas quem faz isso rotineiramente tende a evoluir mais, porque se sente desafiado a melhorar no dia a dia.

Denise Retamal, diretora-executiva da Rhio’s Recursos Humanos, diz que muitos não sabem diferenciar os conceitos de graduação, profissão e carreira, o que acaba gerando, para o mercado de trabalho, empregados que não sabem exatamente o que querem:

— E, hoje, não há tempo para isso: o mercado busca pessoas que têm um planejamento de carreira definido.

Empresas contribuem pouco

O problema é que, muitas vezes, a própria empresa não ajuda seus funcionários a pensar suas trajetórias. O planejamento anual, que toda companhia faz, raramente é compartilhado com todos, como lembra Mônica Portella:

— Organizações que fazem isso estão dando um passo à frente para motivar os empregados. E também para que eles vejam se estão alinhados com os objetivos da empresa.

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