Por: Profa. Me. Hebe Goldfeldt e Profa. Esp. Valéria Motta
Nos dias de hoje há uma exigência para que sejamos eficientes e eficazes em todas as áreas da nossa vida. Para o alcance desse objetivo as pessoas devem ter um conhecimento realista de si mesmas e com isso conseguir elaborar metas claras e exequíveis tornando-se bem-sucedidas. Um dos quesitos dessa exigência é a forma como esses indivíduos se relacionam nas mais diferentes áreas da vida, sejam elas profissionais, afetivas ou sociais. Estudos e pesquisas apontam que tais pessoas apresentam pelo menos duas habilidades interpessoais: a assertividade e a empatia.
Assertividade é a habilidade social que nos permite expressar, de forma congruente, nossos pensamentos e ações. Entretanto, é recorrente observarmos no mundo estressante em que vivemos comportamentos menos elaborados, ou seja, pessoas se apresentando de forma agressiva, truculenta, pessoas denominadas de “pavio curto”. Encontramos também, as que se tornam submissas às opiniões dos outros, “engolindo sapos” para não conflitarem ou não se aborrecerem. Muitas pessoas por não conseguirem ser assertivas, passam de um extremo ao outro, da passividade à agressividade ou vice ou versa. Ser assertivo não é ficar em nenhum desses extremos. Ser assertivo é conseguir transitar nesse continuum dependendo da situação, da adversidade ou realidade apresentada.
Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de se descentrar, de sair de seu centro, percebendo e compreendendo como o outro pensa, sente e se comporta. Empatia é pensar como o outro, experimentar a emoção do outro e expressar compreensão do comportamento do outro. Nesse movimento dinâmico ressignificamos nossos pensamentos, sentimentos e ações. Empatia é a habilidade de conseguir ver o mundo através dos olhos do outro.
Para que sejamos bem-sucedidos é fundamental que essas duas habilidades caminhem juntas. Ser assertivo sem empatia, pode tornar o indivíduo autônomo e independente, porém um ser solitário, isolado do convívio social. Assim, o máximo de independência pode levar ao máximo de solidão. Um indivíduo exacerbadamente assertivo vai defender e justificar seus argumentos e pontos de vista com muita propriedade, porém terá dificuldades de ver que o outro também possui razões e emoções singulares. Já o indivíduo que é excessivamente empático renuncia a seus pontos de vista, tornando-se complacente e permissivo deixando de alcançar metas próprias ao aderir aos projetos do outro.
Podemos comparar a assertividade e a empatia afirmando que a assertividade está para a lógica assim como a empatia está para a emoção. E dessa forma retornamos ao ponto inicial desse artigo: já que qualquer habilidade pode ser exercitada, afirmamos que o verdadeiro sucesso de uma pessoa bem sucedida está para além do desenvolvimento eficaz de uma habilidade ou outra. A pessoa necessita saber vincular empatia à assertividade e vice-versa. Um exemplo bastante atual é o dos refugiados da Síria. Após o infortúnio da criança de três anos, morta no naufrágio durante a tentativa de fuga, populações europeias se mobilizaram tornando-se mais empáticas a causa dos refugiados, flexibilizando decisões bastante assertivas anteriormente tomadas. A reabertura da discussão para a abertura de fronteiras e a entrada dos refugiados, pautou-se em uma decisão empática e assertiva.
Concluímos que somente a assertividade empática promove um diálogo bem-sucedido atendendo as duas partes.