USANDO MÁSCARAS “PROTETORAS”, MASCARANDO EMOÇÕES

Você sabe que o uso de máscaras prejudicou as habilidades sócio emocionais das crianças da pré-escola? Que usar máscaras e interagir com pessoas com máscara pode atrapalhar o processo de desenvolvimento da fala de crianças com até 5 anos? O que podemos fazer para correr atrás desse prejuízo?

Antes da comunicação escrita, antes dos emojis, antes da comunicação verbal, a forma mais antiga e poderosa de comunicação é a comunicação não verbal (CNV).

A Comunicação Não Verbal pode ser definida como a capacidade de decodificar emoções e intenções das pessoas por meio de comportamentos não verbais, bem como de transmitir adequadamente sinais não verbais em uma interação social.

Défcits em comunicação não verbal podem trazer inúmeros prejuízos as relações sociais.

 

O comportamento não-verbal influencia todas as formas de relação, regulando a interação entre as pessoas. Ao participar de uma conversa, as pessoas o fazem com todo o seu “ser”, (gestos, movimentos do corpo, expressão facial, olhar) e não apenas com as palavras.

Segundo as pesquisas, a porcentagem de comunicação não-verbal na transmissão de qualquer mensagem é muito elevada. Para Rector e Trinta (1985; 1990, citado por, Portella, 2010), os elementos não-verbais da comunicação social são responsáveis por aproximadamente 65% do total das mensagens enviadas e recebidas. Grande parte da comunicação humana se passa abaixo da consciência, num nível em que a relevância das palavras é apenas indireta. Assim, apenas 35% do significado social de uma conversa corresponderiam às palavras pronunciadas, sendo que 65% da mensagem seria comunicada por meio da comunicação não-verbal.

 

Isso demonstra a importância de emitir e ler sinais da comunicação, e uma parte importante desse tipo de comunicação se dá através do rosto.

Goleman (1995) aponta que raramente as emoções das pessoas são postas em palavras, sendo expressas através de indícios, como micro mudanças na expressão facial (Ekman, 1985) que irão depender da capacidade de interpretação de canais não-verbais do interlocutor, para que haja compreensão dos sentimentos do outro. A capacidade de decodificar a Comunicação Não Verbal (CNV) do interlocutor pode ser treinada.

Nos últimos dois anos “fomos obrigados” a usar máscaras a fim de nos proteger e proteger as outras pessoas de contrair Covid19. Embora necessárias, em algumas situações, as máscaras limitam a expressão facial e a sua leitura.

Quando alguém mostra compaixão, bondade e empatia através das expressões faciais sentimos uma conexão que causa uma mudança química no cérebro o que provoca uma resposta anti-inflamatória poderosa positiva no sistema cardiovascular e imune (Hamilton, 2020). Como se conectar quando parte do rosto está coberto por uma máscara?

O rosto espelha naturalmente as emoções da pessoa que fala, e isso é de suma importância para a empatia e o desenvolvimento de vínculos. Como criar empatia com o uso de máscaras de proteção? Como se vincular ao interlocutor se nosso rosto está parcialmente coberto? Nós adultos, podemos aprender a lidar com estes problemas, desenvolvendo e empregando estratégias para minimizar este inconveniente. No entanto, as crianças não estão habilitadas a lidar com esta questão pois o espelhamento é algo natural na comunicação humana.

Pesquisadores verificaram que dificuldades de reconhecer as emoções por meio das expressões faciais e do tom de voz demonstraram estar deliberadamente relacionadas ao pouco sucesso nos relacionamentos pessoais. Verificou-se também uma relação entre déficit na percepção não-verbal e sintomas de doença mental. E agora … depois de dois anos interagindo com pessoas usando máscaras, como ficam nossas crianças? Elas experimentarão déficits? Como superar esses?

De acordo com pesquisas recentes, não é uma boa ideia obrigar crianças (de até 5 anos) a usar máscaras, pois além delas não empregarem estas corretamente, as mesmas podem prejudicar as habilidades socioemocionais, até mesmo de forma permanente (The CognitiveReserch, 2022).

Para crianças (com até 5 anos) máscaras não são inúteis, mas nocivas (The CognitiveReserch, 2022). Máscaras faciais interrompem o processamento holístico e a aprendizagem das crianças em idade escolar. O estudo aponta as conseqüências do uso de máscaras e da interação com pessoas usando máscaras nas crianças do jardim da infância que teriam sério prejuízo em sua socialização e habilidades interpessoais.

Muitos psicólogos defendem que caso as crianças não aprendam a se socializar adequadamente até os 5 anos, elas poderão sofrer consequências permanentes. Um dos psicólogos mais proeminentes da atualidade, George Peterson, fala frequentemente sobre esse tema.

Para crianças pequenas interagir com pessoas de máscara e usar máscaras pode trazer um dano em relação a fala, pois as pessoas apreendem a falar, em parte, através da leitura da linguagem labial e da modelação.

E AGORA? O QUE FAZER COM AS CRIANÇAS? COMO CORRER ATRÁS DO PREJUÍZO?

 

Segundo Ekman (2003; 1994), as emoções são públicas, ou seja, a expressão de emoção indica para as pessoas, através do rosto, qual emoção está sendo sentida. Logo, o interlocutor sabe o que uma pessoa sente e isto é importante para o relacionamento interpessoal de uma maneira geral.

De acordo com as pesquisas, a face é o principal sistema de sinais para mostrar emoções, além de ser uma área importante e complexa da comunicação não-verbal é a parte do corpo que se observa mais detalhadamente durante uma interação social (Caballo, 2003).

A face humana mostra e esconde emoções. Extremamente móvel, a face humana é capaz de assumir uma grande variedade de expressões, que ao mesmo tempo em que se ligam a estados emocionais, desempenham um importante papel na comunicação não verbal. Assim, as expressões faciais podem ser tomadas como índices de emoções e/ou como sinais que têm uma influência na interação social.

Nos comunicamos tanto verbalmente, como não verbalmente. Devemos demonstrar por meio de nosso comportamento não verbal os sentimentos e emoções implícitas às mensagens a serem transmitidas por meio de palavras. Isso é particularmente importante nas culturas demonstrativas (i.é. latinas de uma maneira geral) que apreciam a expressão e a demonstração de emoção.

Quanto mais expressiva uma pessoa é maior o contágio emocional provocado por ela (Hamilton, 2020), e isso é muito importante para as relações interpessoais, principalmente em culturas demonstrativas como a nossa.

Pessoas pertencentes a culturas demonstrativas apreciam a expressão de emoções e julgam os indivíduos que expressam emoções e sentimentos positivos (como alegria, felicidade, surpresa, contentamento etc.) melhor. Resumindo e concluindo, o prejuízo nas habilidades socioemocionais ocasionado as crianças brasileiras (latinas em geral) será pior do que o ocasionado as crianças que pertencem a culturas não demonstrativas.

Como explicado anteriormente, as crianças pequenas precisaram interagir com pessoas usando máscaras, e até mesmo em algumas situações (escola, aviões, transporte público etc.) está trazendo problemas interpessoais para essas crianças e\ou, ainda irá acarretar problemas nas habilidades socioemocionais, como na leitura e expressão de emoções, no estabelecimento de vínculos, desenvolvimento da capacidade empática, na capacidade reforçadora etc.

Durante dois anos as interações sociais que as permitiriam aprender naturalmente a distinguir nuances sutis, transformações e misturas de afetos na face dos outros foi prejudicada pelo uso constante de máscaras. Chegou a hora de pagar a conta!!! Como minimizar o estrago?

Os psicólogos precisarão aprender a trabalhar com estratégias de treinamento em habilidades sociais, realizando exercícios e jogos para ajudar pais e professores, bem como a desenvolver nas crianças:

1.1) Identificação de expressões de emoções básicas e complexas;

 

1.2) Ensinar as crianças a perceber nuances sutis, transformações e misturas de afetos nas faces de outras pessoas;

 

1.3) Expressar emoções adequadamente por meio da face. Ou seja, transmitir aos outros sentimentos e emoções de forma natural;

 

1.4) Demonstrar através da expressão facial exatamente aquilo que procura comunicar (por meio das palavras), quando for socialmente hábil fazê-lo. A incongruência entre expressão facial e comunicação verbal (palavras), pode arruinar a comunicação, e que nossas crianças não tiveram essa experiência nos últimos anos.

 

1.5) Treinar a empática, por meio de estratégias não verbais;

 

1.6) Empregar o sorriso naturalmente nas interações.

 

 

A boa notícia é que existem inúmeras estratégias e técnicas provenientes do Treinamento em Habilidades Sociais que possibilita ao terapeuta ajudar pais, educadores e crianças a lidar com os problemas e dificuldades socioemocionais que muitas crianças irão experimentar em breve.

 

 

 

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