Mônica Portella no portal Márcia Peltier – Você sabe o que é empatia?

A psicóloga Monica Portella* fala da capacidade de se colocar no lugar do outro.

Começamos com uma definição objetiva: entendemos por empatia a capacidade de compreender o sentimento ou reação de outra pessoa imaginando-se nas mesmas circunstâncias. É um dos componentes da inteligência emocional e é alimentada por outro componente, o autoconhecimento; isso porque quanto mais consciente estivermos de nossas próprias emoções, mais facilidade teremos de entender os sentimentos alheios.

A empatia só se dá quando, ao nos relacionarmos com os outros, conseguimos nos livrar de todas as ideias preconcebidas e julgamentos a respeito deles. O estado de presença que a empatia quer não é fácil de manter, pois temos uma forte tendência a dar conselhos e colocar nossa própria posição. Um ouvido bem afinado está no âmago da empatia.

Em termos cerebrais, a empatia ativa as redes neurais do sistema de criação de vínculos, que têm papel crucial na  interação entre a criança e sua mãe, por exemplo. E, no que diz respeito a resposta ao sofrimento de alguém, a empatia estaria associada à “matriz da dor’, região do cérebro associada à  nossa própria experiência pessoal de sofrimento.

De acordo com as descobertas da neurociência, na experiência humana da empatia há uma conexão entre nossas percepções e atitudes e  as emoções e motivações. Isso implica no fato de que, se mudarmos nossa percepção e atitude em relação a alguém, na verdade poderemos estar mudando o modo como nos sentimos em relação a essa pessoa.

No coração da comunicação não violenta está a dinâmica que dá fundamento à cooperação – nós, seres humanos, agimos para atender às necessidades, princípios e valores básicos e universais. Com essa constatação, passamos a enxergar a mensagem por trás das palavras e ações dos outros, e de nós mesmos, independentemente de como são comunicadas. Assim, as críticas pessoais, rótulos e julgamentos dos outros são revelados como expressões de necessidades não atendidas. Devemos prestar atenção às necessidades dos outros, e não ao que eles estão pensando de nós.

Tudo o que fazemos é uma escolha. Nós escolhemos o modo como ouvimos, as interpretações que damos ao que ouvimos e como respondemos. E compreendemos que os comportamentos são pura e simplesmente estratégias para satisfazer necessidades.

Quanto maior for a nossa disponibilidade para sairmos do nosso próprio mundo ou dos nossos modelos mentais, procurando ver o outro a partir da sua perspectiva, sem julgamento e de coração aberto, mais aptos estaremos a desenvolver relacionamentos harmoniosos, significativos e muito gratificantes.

* Pós-doutora em Psicologia pela PUC-RJ

Fonte: http://www.marciapeltier.com.br/voce-sabe-o-que-e-empatia/

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