Estilos Motivacionais: Como empregar o DNA Motivacional para Alcançar Metas

Por: Esp. Gloria Saliveros e Esp. Gabriela Henrique

A motivação (do Latim, moveres, mover) refere-se a uma força interna que influencia e estimula o comportamento das pessoas, levando-as a agir de determinada maneira para alcançar um objetivo.

Por sermos seres únicos, a motivação varia de uma pessoa para a outra e também varia na mesma pessoa, através do tempo. Uma pessoa pode estar mais motivada em um dado momento e menos motivada em outro, ou então também pode estar mais motivada que outra situação, pois, além de nossas diferenças individuais, existem as variações no mesmo indivíduo em função das circunstâncias. As diferentes motivações de uma pessoa explicam a diferença de desempenho de cada uma para alcançar seus objetivos e metas. (CHIAVENATO, 1995)

Assim sendo, motivar significa movimentar, aquilo que faz mover, provocar movimento.  É o impulso e o esforço em direção à satisfação de determinados desejos e objetivos condicionada pela capacidade de satisfazer alguma necessidade individual. (CHIAVENATO, 1995).

O objetivo deste texto é abordar: o conceito de motivação, os estilos motivacionais e a teoria do DNA Motivacional, em seguida abordaremos como o DNA Motivacional pode nos ajudar a alcançar metas. Como a motivação é um dos elementos-chave para alcance de metas, saber como se motivar ou como motivar o outro através do DNA Motivacional, o ajudará em seus relacionamentos e no seu trabalho.

A motivação nos move, nos direciona para a ação ajudando-nos a alcançar metas, assim vamos descrever as formas de manter-se motivado para que realizemos nossos sonhos transformando-os em realidade.

É importante não confundirmos motivação e satisfação. A motivação é o impulso e o esforço para atingir um determinado objetivo, já a satisfação é o prazer experimentado quando conseguimos atingi-lo. A motivação é anterior ao resultado e a satisfação é posterior. (CHIAVENATO, 1995)

Existem motivos diversos que impulsionam: racionais, emocionais, de atração ou de repúdio, entre outros.

Para Winterstein um motivo não é observável, não existe efetivamente, mas é

criado pela pessoa para explicar a razão ou a necessidade que ela tem de fazer algo, de agir, de uma determinada maneira.

O conceito também se encontra associado à vontade e ao interesse. Em outras palavras, a motivação é à vontade para fazer um esforço e alcançar determinadas metas.

A Motivação nas Organizações

 A motivação pode ser entendida como o desempenho e os esforços dos colaboradores para atingir os resultados desejados” (BERGAMINI, 1996).

As pessoas quando ingressam em uma organização, trazem consigo uma variedade de valores, interesses e talentos que influenciam o ambiente organizacional. Cabe à organização encontrar as estratégias que permitam transformar esses valores, interesses e talentos em ações eficazes e produtivas. Caso contrário, haverá apenas “um grande contingente de pessoas que não nutrem a menor motivação por aquilo que fazem” (BERGAMINI, 2006).

Para que o trabalho não se torne uma fonte de sofrimento, faz-se necessário que as organizações compreendam que as pessoas não fazem as mesmas coisas pelas mesmas razões. Por serem diferentes, elas também interagem diferentemente com o ambiente, características que Bergamini (1996) chamou de Estilo de Comportamento Motivacional. Para ela, este estilo é um fator que indica as marcas individuais que cada pessoa evidencia quando se comporta na busca de seus próprios fatores de satisfação motivacional, e tem caráter intrínseco e tão particular a cada pessoa que, será possível individualizá-la dos demais.

O comportamento motivacional é o que faz com que pessoas que buscam o mesmo objetivo adotem condutas diferentes, particulares para atingi-lo.

O estilo motivacional é a maneira pela qual um indivíduo irá se projetar na vida para alcançar seus objetivos e suas metas, já sendo possível percebê-lo por volta dos sete anos. Nossos comportamentos são norteados pelo nosso tema preferido de estilo motivacional, temos então, um tema central e obviamente encontramos características de outros. Cada pessoa vai se sentir melhor dentro do seu próprio estilo e, consequentemente, irá se sentir melhor com pessoas que tenham o estilo parecido ou semelhante (BERGAMINI, 1996).

Bergamini identificou quatro estilos de comportamento motivacional nas organizações:

  •  Estilo participação;
  •  Estilo ação;
  •  Estilo manutenção e
  •  Estilo conciliação.

Estilo Participação: as pessoas com este estilo acreditam que o mais importante é promover o valor das outras pessoas, buscam descobrir o que cada um tem de melhor.

Essas pessoas se encontram motivadas quando:

  • Favorecem o estabelecimento de vínculos no grupo, envolvendo todas as pessoas.
  • Promovem a inclusão das pessoas no grupo.
  • Colaboram com as suas opiniões e participação.
  • Consultam e são consultadas pelas pessoas.
  • Usam seus talentos e forças pessoais para o desenvolvimento da organização.
  • Promovem o desenvolvimento dos talentos daqueles com os quais trabalham.

Experimentam grande insatisfação quando:

  • Recebem tratamento impessoal.
  • Desenvolvem atividades sem significado.
  • Não obtêm reconhecimento.
  • Quando são obrigadas a conviver em um clima de falsidade, onde as pessoas não são levadas a sério.

Estilo Ação: pessoas com esse estilo têm como característica importante alcançar seus objetivos e metas, transformar planos em ação, fazer com que as coisas aconteçam. São atraídas por situações em que são desafiadas a dar demonstração de sua competência pessoal, vencer e dominar a situação. Gostam de movimento e mal superam um desafio já estão pensando ou querendo outro.

Experimentam grande satisfação motivacional quando:

  • Sentem-se desafiadas a provar sua competência e eficiência.
  • Têm autonomia.
  • Desenvolvem atividades variadas.
  • São tratadas de igual para igual sem receio.
  • São inquietos.

Sentem-se insatisfeitos quando:

  • São cerceadas nas suas ações.
  • Presas a rotinas desinteressantes.
  • Não percebem objetivos claros.
  • Quando há irresponsabilidade dos demais.
  • Quando sentem que é impossível ter controle sobre as variáveis que afetam os resultados.

Estilo Manutenção: este estilo motivacional é oposto ao estilo ação, ou seja, pessoas com este estilo precisam pensar muito antes de agir. Não se precipitam na tomada de decisões, são extremamente racionais, não gostam de arriscar. São ponderados e cuidadosos. Comportando-se desta forma procuram evitar erros que para elas são inadmissíveis. São mais lentos e suas ações geralmente estão alicerçadas no passado. Gostam e preocupam-se com segurança. Constroem sua vida de maneira a se sentirem firmemente apoiados em vitórias passadas.

Experimentam grande satisfação quando:

  • Podem usar a lógica e organização.
  • Têm tempo suficiente para garantir a qualidade do que está sendo feito.
  • Sentem que há coerência e justiça no trato com as pessoas.
  • Dispõem de fontes confiáveis para consulta.

Experimentam insatisfação quando:

  • Trabalham com informações confusas ou incompletas.
  • Sentem-se injustiçados.
  • Dispõem de prazos curtos.

Exercício: Qual seu estilo motivacional?

  1. De acordo com as características acima, qual você acha que é o seu estilo motivacional?
  2. Identifique uma pessoa que o tem o estilo oposto ao seu. Como você iria motivá-la?

Para implementar um plano motivacional em uma equipe, devemos nos lembrar das condições abaixo:

  • Metas podem ser desafiadoras, inteligentes e difíceis, mas devem ser possíveis de alcançar.
  • É importante que deixemos que cada indivíduo encontre sua maneira de chegar ao seu caminho.
  • É necessário o acompanhamento da equipe, fornecendo e recebendo feedback da performance geral e individual.
  • Ter regras claras e transparentes que se apliquem a todos.
  • Fazer uso das emoções e dos sentimentos para comprometer e motivar a equipe.

Sabemos que cada indivíduo é único em sua maneira de pensar e agir, cada um guarda suas experiências e entendimentos do mundo que os rodeia, por isso, nem sempre os mesmos estímulos têm os efeitos desejados. Dependendo em grande parte da história de vida, de talentos e valores, cada um reagirá de forma diferente, uma vez que as necessidades e os desejos variam. As organizações devem ter em mente essas diferenças. O estímulo que motiva hoje pode desmotivar amanhã (BERGAMINI, 1996).

De acordo com a teoria do DNA Motivacional (Lowe, 2010), existem quatro leis fundamentais da motivação, essas leis nos ajudam a eliminar uma das maiores dificuldades nos relacionamentos humanos: aceitar a diferença entre os indivíduos, seus níveis de motivação e resultados obtidos de acordo com cada perfil que é único e pessoal.

1ª lei: As pessoas motivam-se de forma diferente.

2ª lei: Cada um tem um tipo motivacional único e diferente.

Cada pessoa tem uma espécie de “código de barra”, assim o que motiva você, nem sempre motiva outros e vice-versa.

3ª lei: O que motiva uma pessoa pode desmotivar a outra.

O que você gosta pode ser um agente motivador e funcionar bem para você, e para outros não ser motivador e sim, desestimulante.

4ª lei: Nenhum tipo motivacional é “melhor” do que outro.

Nenhum estilo motivacional é melhor ou mais produtivo do que outro, sendo que todos os estilos motivacionais possuem suas vantagens e desvantagens.

Agora, explicaremos como identificar e entender o que é o DNA Motivacional, ou seja, o código motivacional de cada pessoa (Lowe, 2010).

D representa o desejo, aquilo que nos move interiormente, nos impulsiona e faz agir. O são as nossas necessidades, onde cumprimos o que é preciso e nos sentimos satisfeitos e tranquilos. E o A representa nosso sistema de agraciação, seja uma recompensa material ou financeira, seja uma compensação psicológica ou emocional.

Existem seis elementos que estimulam e motivam todos nós, de acordo com a situação que estamos vivendo ou o tipo de relação que estabelecemos com cada pessoa. Mas três destes elementos se destacam, formando o código motivacional. É o que explicaremos a seguir:

No código do desejo temos os elementos de produção e de conexão:

  • O indivíduo com desejo de produção é motivado por conquistas e desempenho de excelência. Busca alcançar metas e termina o que começou. Normalmente, o produtor é autoconfiante.
  • O indivíduo conector valoriza os relacionamentos, é um bom ouvinte, acessível e costuma favorecer a inclusão das pessoas nos grupos.  Leal, solidário, confiável e querido pelos outros.

Mas como todo perfil também tem suas desvantagens é importante ressaltar que um produtor, muitas vezes, pode parecer competitivo e exagerado em seus feitos e ser incompreendido pelos outros, enquanto acredita que está fazendo o seu melhor. Assim como o conector pode se prejudicar ao ajudar os outros. Podendo ser permissivo demais.

No código das necessidades temos os elementos de variedade e estabilidade

  • Variadores são indivíduos que se motivam pela mudança e novos planos. Eles gostam de mudanças e são pessoas espontâneas, alegres e que apreciam diversão, entusiasmando quem está ao seu redor.
  • Estabilizadores necessitam mais de planejamento, são mais resistentes com mudanças inesperadas e sistemáticos. Gostam de refinar ideias, aprimorar procedimentos e trabalham bem na precisão.

E como as desvantagens fazem parte de alguma forma, variadores muitas vezes se empolgam com a quebra de rotina, mudam de ideias com tanta facilidade que chegam a não pensar nas consequências. Subestimam riscos e avançam sem pensar em possíveis prejuízos emocionais e materiais. Estabilizadores podem se prejudicar em relação ao tempo de produção, por necessitarem de avaliações mais precisas, chegando até a paralisar diante de um impasse.

No código das Agraciações temos os elementos Interiores e Exteriores:

  • Interiorizadores sentem prazer por terem seguido sua proposta de vida e alcançado um bem maior. São indivíduos que se sentem recompensados internamente de acordo com seus valores.Interiorizadores buscam motivação em algo que tenha um significado. Gostam de feedback positivo específico e valorizam a admiração sincera.
  • Exteriorizadores gostam de reconhecimento público, dão valor a recompensas financeiras, status social, aparência física e modo de apresentação. Valorizam o trabalho árduo e a vitória, esperando recompensa por estes. Encontram motivação em oportunidades de crescimento, salário, benefícios próprios e na autoridade adquirida.

Codificou o seu DNA Motivacional?

Agora que definiu o seu DNA Motivacional ficará mais fácil obter sucesso nas suas atividades, relações interpessoais e alcançar suas metas.

Por isso, precisamos manter ativa a nossa motivação, buscando estímulos diários que nos satisfaçam e naquilo que somos bons. Este alimento frequente de nosso estilo motivacional nos manterá inspirados e com garra para alcançarmos, cada vez mais meta e engajamento no dia a dia, proporcionando estados de fluxo  prolongando o bem-estar.

Percebemos que a motivação também está diretamente ligada à empatia, pois uma vez que o indivíduo passa a ter a capacidade emocional de corresponder às emoções de outras pessoas, torna-se mais hábil para saber o que pode motivar, estimular e proporcionar o bem-estar ao outro.

Exercício: Utilizando o DNA Motivacional para alcançar metas.

O objetivo deste exercício é ensinar a utilizar os elementos do DNA Motivacional para montar um plano de metas e para alcançá-las.

  1. Defina sua meta: Por exemplo: Paulo quer perder 5 Kg até o fim deste ano
  2. Área da Meta: Saúde
  3. Identifique o DNA Motivacional: Paulo tem como código motivacional PVE
  4. O que Paulo precisa planejar em relação ao elemento Desejo já que ele é um produtor?
    Paulo pode planejar fazer atividade física, buscar orientação com nutricionista e perder um quilo por mês, já que ele tem cinco meses até o fim do ano.
    Como Paulo é um produtor, e por isso, competitivo, ele pode aprender a competir consigo mesmo. Assim, a cada início de semana ele pode se pesar e perceber a variação de peso. Isso o motivará a continuar perseguindo sua meta.
  5.  Como Paulo no elemento desnecessidades um variador ele precisa de várias opções de atividade física e variação na dieta alimentar.
    Por exemplo, Paulo pode caminhar, correr na praia, fazer musculação, ginástica ou pilates, sem dias e horários fixos. Quanto à reeducação alimentar, sua nutrição também precisa ser variada.
  6. Paulo é um exteriorizador, logo, as recompensas externas precisam acontecer para que ele mantenha ativa sua motivação para emagrecer, até o fim do ano para alcançar sua meta.
    Paulo pode tirar uma foto a cada mês para perceber diferença na sua forma física e comprar um presente para si próprio a cada elogio a respeito do seu emagrecimento.  Ele pode planejar uma boa recompensa ao atingir sua meta, como comprar roupas novas ou viajar para um lugar que tenha vontade de conhecer.

Escolha uma meta e utilizando o seu código motivacional, planeje-a para que possa alcançá-la com maior facilidade.

  1. Defina sua meta:
  2. Área da meta:
  3. Escreva o seu DNA:
  4. Planeje sua meta considerando seu DNA Motivacional:

Descubra e utilize o seu DNA Motivacional, mudanças ocorrerão no seu modo de agir e sentir, ajudando-o a potencializar a sua qualidade de vida.

Concluímos que a motivação é um elemento importante para alcançar metas. Tendo cuidado, confiança e respeito pelas diferenças entre os indivíduos, a motivação somada ao planejamento adequado de metas direciona com qualidade para a proposta de vida de cada um, potencializando a qualidade de vida.

 

 

 

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